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Hangares Gigantescos
Noutra fotografia da TerraServer podem ser vistos o que se parece com quatro gigantescos hangares para aviões, ao lado da referida pista. Ampliando-se a imagem, se observa também alguns ônibus, torres de tráfego aéreo e até carros – muita atividade para um lugar que sequer consta dos mapas oficiais. “Se você perguntar a qualquer morador daquela região sobre a base, vão lhe dizer até onde ela fica e a que horas podem ser vistas luzes estranhas”, disse à Revista UFO o estudioso David Darlington. “Mas se você fizer a mesma pergunta a uma autoridade ou até mesmo a um guarda de trânsito, eles jamais admitirão a existência do local”. Alguns estudiosos já afirmaram que um dos hangares da foto seria o famoso Hangar 18, tema de livros e até de um filme sobre a queda de uma nave extraterrestre.
Mas a confusão foi desfeita rapidamente, pois o referido hangar, hoje desativado, ficava na Base Aérea de Wright-Patterson, em Ohio. Era para lá que corpos de alienígenas e naves extraterrestres acidentadas eram enviados, antes da Área 51 ser usada para o mesmo fim.
A reação da comunidade científica norte-americana à revelação das fotos foi imediata e dividiu celebridades. “Eu quero ver discos voadores como qualquer outra pessoa”, disse John Pike, da Federação Americana de Cientistas. “Nas fotos pode ser vista intensa atividade acontecendo naquele lugar. Parece que muita verba é aplicada na Área 51, mas pouquíssima informação sobre seu uso sai de lá” . Ufólogos também se agitaram em todos os cantos da Terra. Pela primeira vez, algo verdadeiramente importante estava acontecendo e tinha chances de forçar o governo a admitir a existência de Dreamland definitivamente. A TerraServer, portanto, está fazendo um grande favor à comunidade ufológica internacional. A tecnologia que empregou na obtenção das fotos só era utilizada, até então, pelas agências de inteligência mais preparadas do mundo, com seus satélites espiões de alta especialização.
Com tais instrumentos em mãos, imagina-se que até 2003 mais de 10 empresas de cinco países se beneficiem diretamente da obtenção de fotos de alta resolução em qualquer parte do globo. Isso está deixando o governo dos EUA preocupado, pois se acredita que imagens como essas possam encorajar a indústria internacional da espionagem e, conseqüentemente, ataques contra a sociedade por grupos extremistas.
Ao longo dos anos, a Área 51 tem sido exemplarmente bem guardada por militares em jipes, helicópteros Pave Hawk e aviões diversos. Um sofisticado sistema de detecção de presença capta tudo o que se mexe em seu perímetro, ativando os guardas que vão ao local da intrusão e removem os que se aventurarem pelos morros em volta da base. Esses sensores são tão modernos que seriam capazes de “sentir” literalmente o cheiro de estranhos e poderiam distinguí-los de animais. Somente de cima de alguns deles, aliás, e em condições absolutamente favoráveis, é que se consegue ver algo da área. Isso, se os militares não prenderem o curioso.
Há placas espalhadas por todos os cantos, informando que intrusos podem ser detidos. Na verdade, pela extensão da lei de segurança nacional dos EUA, um curioso capturado nos arredores de Dreamland pode ficar detido sem qualquer explicação a dar ou receber por até 72 horas. Em determinadas circunstâncias, os guardas podem atirar para matar – sem qualquer pergunta ou titubeio.
O perímetro de segurança da área cresceu muito nos últimos anos, como mostram as fotos. Até 1984 era fácil observá-la da montanha Bald e de outros lugares mais altos, que ficam ao norte das instalações militares. Mas, devido às hordas de curiosos que para lá acorriam, a Força Aérea Norte-Americana (USAF) estendeu a área da vizinha Base Aérea de Nellis, cerca de 100 km de Dreamland, de forma a reforçar a segurança do local contra invasões. Entretanto, dois morros ao sul de Groom Lake ainda ofereciam uma visão razoável da base até 1995, quando as autoridades também suprimiram este acesso. As localidades de White Sides Peaks e Freedom Ridge foram então anexadas ao complexo militar que, insistem as autoridades, não existe...
Felizmente, agora temos as fotos de satélite para apreciar. E isso é bom para a saúde dos ufólogos, que corriam sérios riscos adentrando os arredores de Groom Lake. A duas horas de carro de Las Vegas, pela rodovia NV-93, em pleno deserto de Nevada, estima-se que o complexo militar de Dreamland tenha 9 mil hectares, inserido numa área equivalente ao tamanho da Suíça.
Seu espaço aéreo é o mais inviolável dos EUA: nenhuma aeronave tem permissão para sobrevoá-lo, nem mesmo de companhias aéreas regulares que atendem ao sul do Nevada e da Califórnia. Em seus primórdios, a Área 51 já serviu como base secreta de operações para a Lockheed Aircraft Corporation desenvolver aviões de espionagem para a CIA. Mas foi usada também pela Comissão de Energia Atômica dos EUA para testes de bombas – inclusive nucleares. Segundo especialistas, a área continua sendo a sede de alguns dos projetos mais revolucionários dos EUA – não porque a tecnologia lá utilizada seja de segurança nacional no país, e sim porque teria origem extraterrestre.
Tecnologia Alienígena
Desde o estabelecimento da Área 51, várias pessoas declararam ter visto estranhos objetos sobrevoando seu espaço aéreo e arredores, mas as autoridades sempre negaram os fatos. Contudo, um de seus próprios funcionários declarou que na base, além de projetos militares avançados que usam tecnologia alienígena ativamente, discos voadores genuinamente extraterrestres também seriam objetos de estudo. As naves, resgatadas intactas ou não em acidentes, eram consertadas ou reconstruídas em Dreamland e depois submetidas à prova por pilotos de testes. Foi o próprio físico Robert “Bob” Lazar quem fez tal afirmação, sendo seguido por vários outros ex-funcionários das instalações de Groom Lake. “Quase todos os dias eu pegava o avião em McCarran e ia à ‘Fazenda’, onde trabalhava em tecnologia revolucionária”, declarou Lazar, que trabalhou cinco meses na base, a partir de dezembro de 1988. O piloto de testes e herói de guerra John Lear, filho do então proprietário da fábrica de aviões a jato Learjet, foi um dos que colocou os UFOs à prova.
Lazar recentemente estendeu suas declarações e informou que o governo norte-americano estava pesquisando nada menos que nove discos voadores na Área 51, e tentava adaptar sua tecnologia em projetos terrestres, com o uso da chamada engenharia reversa. Por suas declarações, ele e sua mulher receberam várias ameaças de morte. Assim, evitando correr riscos, em novembro de 1989 decidiu aparecer em público e confirmou suas alegações. Disse que há um lugar secreto no interior da Área 51, conhecido como S-4, próximo ao lago seco Papoose, onde as naves alienígenas eram guardadas. Explicou que seu trabalho se dava justamente naquelas instalações, junto a uma equipe de 22 engenheiros contratados para estudar os sistemas de propulsão dos discos voadores. Agora, as novas imagens da TerraServer confirmam as declarações de Lazar, mostrando detalhes de tais instalações.
Ainda segundo Lazar, o S-4 era um enorme complexo subterrâneo que ocupava toda a área de uma cordilheira de montanhas. No início, o físico pensou que estivesse trabalhando com uma tecnologia altamente sofisticada criada pelo homem. Mas quando entrou em um dos discos voadores lá alojados, convenceu-se de que se tratava de algo de outro mundo, porque tanto sua forma quanto suas dimensões confirmam sua origem não humana. “As naves que examinei não possuíam juntas aparentes, nenhuma solda, parafusos ou rebites”, disse Lazar. “As bordas de todos os elementos da espaçonave eram arredondadas e suaves, como se tivessem sido feitas com cera quente submetida a um rápido processo de resfriamento”.
De acordo com seu relato, havia arcos e delicadas cadeiras de somente 30 cm de altura no interior dos veículos espaciais. Sua unidade de propulsão era o que mais lhe intrigava: tinha o tamanho de uma bola de beisebol e irradiava um campo antigravitacional através de uma coluna oca, situada verticalmente no centro da nave. Lazar teve sua curiosidade científica aguçada e passou a procurar informações sobre tudo o que acontecia em S-4. Foi quando teve acesso a um memorando que confirmou suas suspeitas. Nele havia uma quantidade impressionante de informações sobre os UFOs, “inclusive fotografias de autópsias de pequenos seres cinzas com grandes cabeças calvas”, declarou à Revista UFO. “O governo estava escondendo da população fatos da maior gravidade, e tudo aquilo estava sendo feito em Groom Lake, mais precisamente em S-4”, desabafou [Veja edição UFO Especial 09].
ETs Mantidos Cativos
Dentro da rotina de trabalho desenvolvida em Dreamland, era tido como estabelecido que os alienígenas mortos e autopsiados, anteriormente proprietários das naves então alojadas na base, fossem provenientes da estrela Zeta Reticuli. “Mas nem todos tinham morrido nas quedas”, garantia Lazar. De fato, de acordo com ele e outras fontes, algumas naves extraterrestres ficaram apenas levemente avariadas em impactos com o solo, e seus tripulantes não foram mortos. Nestes casos, tanto os veículos quanto os seres precisavam ser isolados e bem cuidados. Não se poderia permitir que tais criaturas ficassem soltas pois sua sobrevivência deveria ser garantida pelo maior período de tempo possível. Foi por isso que se construiu instalações especificas na Área 51 que pudessem receber tais seres, onde viveriam sob eterna supervisão.
Nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, comunicólogos, estudiosos e uma infinidade de profissionais de alto padrão foram empregados na manutenção da vida dos extraterrestres, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Contam algumas fontes que, com o passar do tempo, alguns dos aliens mantidos nesta espécie de cativeiro passaram a comunicar-se com seus, digamos, algozes. “Tais comunicações eram tudo o que o governo queria, pois se tentava extrair o máximo possível de informações dos seres, para fins tecnológicos”, garante Lazar. Assim, aos poucos, alguns aliens passaram a transmitir tecnologia para os cientistas que trabalhavam na Área 51, às vezes até com elevado nível de colaboração entre ambos, especialmente no desenvolvimento de programas específicos. No entanto, num incidente em 1979, a confiança mútua foi desfeita e alguns dos seres teriam se rebelado contra os cientistas e militares com quem trabalhavam, assassinando alguns deles. “Não vi isso acontecer, pois foi antes de trabalhar lá. Mas li isso no memorando a que tive acesso e recomendava que tivéssemos muito cuidado com tudo o que tocássemos lá”, disse Lazar. O cientista, no entanto, confirmou que um dia viu por uma porta entreaberta dois homens com batas brancas olhando para baixo e falando com um pequeno ser que possuía braços compridos...
É certo que todas estas afirmações são difíceis de acreditar. E muita gente atribui aos relatos de Lazar apenas uma fertilíssima imaginação e uma desmedida volúpia por fama e dinheiro. O físico teve muito do primeiro, mas quase nada do segundo, e hoje tem sua reputação e credibilidade colocadas em cheque por muitos ufólogos que não acreditam em sua história. Ainda assim, Lazar está longe de ser descartado – especialmente agora que as fotos da TerraServer confirmam alguns detalhes da localização de prédios, pistas de pouso e outros itens a que ele se referiu desde que decidiu expor publicamente o que alega ter visto na Área 51. Segundo o jornalista de Las Vegas George Knapp, muitos estudiosos examinaram a vida de Lazar e confirmaram suas afirmações. Knapp tem em seu poder uma gravação em vídeo do depoimento de uma testemunha que participava de importantes planos militares, em que afirma que as autoridades não só conhecem e empregam tecnologia alienígena em Dreamland, como mantêm alienígenas em seu poder desde a década de 50.
Ameaças a Testemunhas
“Não é fácil tentar descobrir alguma coisa sobre o que acontece na Área 51”, desabafa o experiente Knapp. “Todas as investigações que realizamos são acompanhadas por militares da base, e nossas tentativas de entrevistar testemunhas que lá trabalharam são completamente frustradas”. Outro jornalista que investigava a área abandonou seu trabalho por ter recebido represálias. Um engenheiro eletrônico que observou um disco voador nos arredores da base e diz-se disposto a fazer uma declaração num programa de tevê desistiu da tentativa assim que percebeu estar sendo seguido por militares. Muitas outras testemunhas dispostas a vir a público foram ameaçadas de forma direta ou indireta. O ufólogo Norio Hayakawa filmou a rápida aparição de um objeto que surgia próximo à Área 51 – “definitivamente não convencional e em hipótese alguma um avião” – mas quando tentou fazer declarações a respeito, foi intimidado por agentes federais.
Ainda assim, filmagens de UFOs nos arredores de Las Vegas e ao norte, próximo a Dreamland, estão longe de serem incomuns. A Revista UFO chegou a lançar, nos anos 80, um vídeo com mais de 120 minutos de filmes de estranhos objetos voadores não identificados registrados nestas condições. Atualmente, o vídeo Segredos que o Governo Oculta [Veja encarte] é o documentário mais completo já produzido sobre a Área 51. No vídeo há gravações que mostram objetos brilhantes se deslocando pelo céu em velocidades surpreendentes, executando manobras impossíveis. Um desses objetos se aproximou de uma equipe de reportagem da rede norte-americana NBC e seus membros ficaram com queimaduras produzidas por algum tipo de radioatividade desconhecida. No filme ainda pode ser vista a imagem de dois supostos discos voadores: um deles parecendo-se com um reator voando a baixa altitude e, o outro, com uma réplica mal feita de um cesto de lixo. Os objetos seriam máquinas aéreas criadas e manipuladas dentro de programas que fogem à vigilância do Congresso dos Estados Unidos, chamados de black programs ou black operations. “Existem pelo menos oito black programs voando pela Área 51”, afirma o escritor especializado em aeronáutica Jim Goodall.
“Como o caça Stealth, eles são projetos secretos do governo e realizam manobras a impressionantes velocidades e condições, levando muitas pessoas a acreditar que se trata de discos voadores”. Apesar de todo o alvoroço que foi criado em torno das imagens divulgadas pela TerraServer e as milhares de histórias a respeito de Groom Lake, o Pentágono negou no mês passado que existam projetos secretos ou mesmo discos voadores na área, admitida em comunicado oficial apenas como “uma instalação militar como qualquer outra”. É evidente que, se existem realmente extraterrestres participando de programas militares secretos em Dreamland – ou em qualquer outro lugar dos EUA –, o governo jamais admitiria...
Perguntado por repórteres se havia ou não naves ou qualquer outra coisa alienígena no local, o porta-voz Ken Bacon chegou a insinuar um sorriso e afirmou que tudo não passava de imaginação. Mas foi imediatamente desmentido por um outro ex-funcionário da área, segundo o qual os oficiais saberiam muito bem esconder o que quisessem dos olhos de curiosos. Até mesmo o presidente Bill Clinton, que já foi favorável à liberação de informações sobre UFOs, declarou ao Congresso que vai continuar mantendo em sigilo as atividades da força aérea na base secreta de Groom Lake, por tempo indeterminado.
Instalações Subterrâneas
“A liberação de informações sobre as atividades exercidas em Groom Lake seria extremamente prejudicial à segurança nacional”, declarou Clinton. Mas isso foi antes da TerraServer vir a público com as fotografias que expõem a realidade existente atrás das montanhas do Deserto do Nevada, entre as quais se aloja a maior e mais complexa unidade militar do mundo. Todos os anos o presidente Clinton assina um novo documento em que dá continuidade ao sigilo sobre a Área 51. Isso só ajuda a fomentar a curiosidade e a indignação popular. Ainda assim, mesmo que muitos ufólogos acreditem que o governo norte-americano tenha acesso à tecnologia extraterrestre, suas opiniões sobre o que ocorre em Dreamland podem ser divergentes. O físico canadense Stanton Friedman, correspondente de UFO no Canadá e um dos maiores especialistas no assunto, garante que a área está sendo usada para o desenvolvimento de uma grande variedade de veículos secretos, “como o U-2, o SR-71, o próprio Stealth e provavelmente o Projeto Aurora”. Friedman já esteve no local durante o programa Larry King Live, em outubro de 1994, e disse que “...muitas das instalações da Área 51 são subterrâneas e estão dentro de montanhas. Por isso que os satélites espiões que passam sobre a região nada detectam de significante”. Até este momento.
Para Friedman, por serem subterrâneas, as instalações militares de Dreamland estão bem protegidas contra as armas nucleares inimigas, além da curiosidade dos ufólogos. Ele não acredita nas histórias de Bob Lazar: “Lazar mentiu sobre seu passado e até sobre seu currículo profissional e escolar. Por isso é difícil crer que esteja falando a verdade sobre qualquer coisa. Ainda assim, acredito ser possível que veículos alienígenas estejam sendo guardados no subsolo”.
Já o ufólogo Kevin Randle, autor de The Truth About the UFO Crash at Roswell, acha que não há grandes mistérios na Área 51. “Penso que a Força Aérea esteja realmente fazendo seus testes de aviões secretos, mas não há nada de extraterrestre nisso”. Randle também afirma que as novas imagens da TerraServer não trazem nada inédito. “Não sei o porquê desse alvoroço todo”. Opiniões à parte, o importante é que os ufólogos conseguiram depois de anos de insistência provar a existência de uma base tão secreta, através das novas imagens que surgiram na Internet de forma nunca esperada. É claro, não havia expectativa em ver UFOs estacionados nas pistas de decolagem, ou fazendo manobras sobre a torre de controle da Área 51. Mas as imagens mostram que o governo norte-americano tem informações ultra-secretas que deseja manter longe do alcance do público.
Não seria de se surpreender se agora, após o acontecido, Dreamland fosse aberta para alguma rede de televisão norte-americana ou mesmo para o público. Tudo isso faz parte do jogo de desinformação que se exercita para esconder a verdade. Enquanto isso acontecesse, quem sabe o governo dos EUA já não estaria reestruturando a manutenção do sigilo em torno de uma eventual Área 52?
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